LITERATURA

Mistérios da Riviera, de Luigi Longo

Não me lembro de como esse livro veio parar em minhas mãos. Talvez na visita a Feira do Livro, no Pacaembu.  Mas isso não importa. O importante é que por quatrocentas e dez páginas, esse autor – que eu desconhecia – prendeu minha atenção. Só depois procurei saber algo sobre ele. Sua ficha de autor diz ser bacharel em Direito, pós-graduado em Administração Contábil e Economia e atuante na área de produção de eventos corporativos. Nada a ver com as usuais experiências de escritores, geralmente com formação em letras ou jornalismo e com atividades afins. E este não é o seu único romance – “Terror em Noronha”, “O Bushido de Ouro”, “O Pintor”, “Atos” já foram publicados.

Pelas resenhas, parece que Longo sente-se à vontade com enredos de mistério, com investigações policiais e com tramas cruzadas.  Ao menos, nos Mistérios da Riviera há uma narrativa explorando as investigações sobre uma série de assassinatos, obra de um serial killer, na região da Riviera Francesa. Os personagens – fictícios – agem em locais verdadeiros, em eventos reais e ocupam cargos de fato existentes, o que proporciona a sensação de realismo na narrativa. A maneira de exposição direta e cronológica, com descrições precisas, mas não enfadonhas, facilita o acompanhamento dos fatos.

O texto não apresenta nenhum ineditismo – nem de forma nem de conteúdo. Parece não ter essa pretensão. Contar uma história de enredo policial, que desperte o interesse do leitor e mantenha a sua expectativa parece ser a intenção. Se foi essa, ele a atingiu.

Mantendo a narrativa a partir do investigador designado pelo caso e a sua equipe, e demais membros da delegacia responsável, vai associando fatos e dados na busca da elucidação dos crimes e, mais importantes, identificar e prender o assassino.

Os personagens que cria são consistentes, interessantes, curiosos às vezes, o que nos leva a nos relacionarmos com eles e suas atividades. E o mais importante ainda, querer saber como se encerrariam as investigações.

Ao comentar uma história de mistério policial, não devemos revelar o final. Mas podemos comentar a maneira como o autor inclui locais – delegacias, restaurantes, hotéis, cassino e eventos mundialmente conhecidos – em um país que no qual não residiu. Ou ainda como os enredos das histórias dos personagens se cruzam e vão dando indicações para suspeitas e possíveis elucidações. O final de histórias de mistério deve ser sempre surpreendente, colocando o leitor diante de suas suspeitas e a revelação do autor.

Em verdade, o livro de Longo traz os ingredientes que tiveram muito sucesso em receitas de autores e obras renomados, desde os clássicos Aghata Christie, Sidney Sheldon, Stephan King, mas também em contos dos livros de bolso – como Ellery Queen, Shell Scott tantos outros que, na juventude, eu adorava ler balançando nos bancos dos ônibus da CMTC.

 


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